sexta-feira, 30 de julho de 2010

Das flores de dentro

É música o rigor com que te moves à fluida superfície do mistério, os pés quase suspensos, a aérea partitura do corpo, seus acordes. Espaço e tempo são teu solo. E colhem, não tanto a luz que entornas, mas o pólen com que ela cinge e arroja as coisas mortas além da espessa morte que as enrola. É música o silêncio que te cobre quando lampeja à noite tua nudez, em franjas derramada sobre o leito das águas, onde as algas te incendeiam porque semelhas, mais que o mar profundo, o intemporal princípio e fim de tudo.

(Ivan Junqueira)

 

sábado, 10 de julho de 2010

Dos caminhos...



Eu transito pela vida, antes doida que doída:
Tão sem dono, tão sem rumo, tão sem memória.
Entro em becos, bares, corações.
Saio intacta, sem impacto, saio rápido.
Quem desenha meus caminhos são meus passos.
Quem desenha meus amores são as minhas conveniências.
Eu transito pelas ruas, toda em cores
Toda força, toda vulva, toda contradições, toda em carne viva.
Mas escrevo meus amores: antes doida que doída.
(Marla de Queiroz)




Pobre blog, já estava empoeirado. 
Não por opção, é que a vida anda agitada e imprevisível. 
Mas tentarei mantê-lo em dia.
Promessa.